Produção textual: A notícia


   Notícia é a expressão de um fato novo, que desperta o interesse do público a que o jornal se destina. A notícia é um gênero textual tipicamente jornalístico e pode ser veiculada em jornais, escritos e falados, e em revistas. Na notícia predomina a narração. Mas os jornais não se limitam a contar o que aconteceu. Ele vão alem contando também como e por que aconteceu determinado fato.
   A notícia apresenta uma estrutura própria, composta de duas partes: o lead e o corpo.
   Lead: é um resumo do fato em poucas linhas e compreende, normalmente, o primeiro parágrafo da notícia. Contém as informações mais importantes e deve fornecer ao leitor a maior parte das respostas ás seis perguntas básicas: o quê, quem, quando, onde, como e por quê.
   Corpo: são os demais parágrafos da notícia, nos quais se faz o detalhamento do exposto no lead, por meio da apresentação ao leitor de novas informações, em ordem cronológica ou de importância. 
Toda notícia é encabeçada por um titulo, que anuncia o assunto a ser desenvolvido. No titulo, devem-se empregar, com objetividade, palavras curtas e de uso comum.
 Uma notícia deve ser imparcial e objetiva, ou seja, deve expôr fatos e não opiniões. 
" A linguagem deve ser impessoal, clara, direta e precisa."

Seminário



“Falar em público: uma necessidade no mundo em que vivemos.”

    Nos meios escolares, acadêmicos, científicos e técnicos, são comuns as situações em que uma pessoa ou um grupo de pessoas desenvolvem uma pesquisa e apresentam resultados a um público. Esse tipo de texto, produzido oral e publicamente, é chamado de seminário e, tal como o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, a mesa-redonda, isto é, gêneros que se prestam á transmissão de saberes historicamente construídos pela humanidade, pertence à família dos gêneros expositivos.
    Como o seminário é um gênero oral, ele só se realiza plenamente quando é apresentado numa situação concreta de interação. Neste post, você vai aprender a fazer seminário, participando diretamente de um.

Preparação e planejamento de um seminário

Para a produção de um seminário, é necessária uma organização prévia, que envolve várias etapas. A primeira delas é a pesquisa sobre o tema proposto e a coleta de dados para a exposição.

  Pesquisa, tomada de notas e produção de roteiro

Como a finalidade do seminário é transmitir para os ouvintes conhecimentos sobre o assunto pesquisado, o apresentador deve se colocar na posição de um especialista no assunto em foco. Isso quer dizer que ele deve demonstrar conhecer o tema mais que os ouvintes, pois é essa a condição que lhe confere autoridade para discorrer sobre o assunto com segurança.
    Para conquistar a condição de especialista no assunto e ganhar respeito do público, o apresentador deve adotar os seguintes procedimentos:
  •             Pesquisar em bibliotecas, na internet e em locadoras quais livros, jornais, revistas especializadas, enciclopédias, vídeos, etc. poderão servir de fontes de informação sobre o tema.
  • Tomar notas, resumir ou reproduzir textos verbais e não verbais que possam ser úteis. Este trabalho tem em vista a produção de um roteiro próprio do apresentador e consiste em anotar dados históricos ou estatísticos, citações, comparações, exemplos, etc.
  • Selecionar e organizar as informações, tendo em vista os passos da exposição:
    • Como introduzir, desenvolver e concluir a exposição;
    • Quais subtemas serão abordados no desenvolvimento;
    • Quais exemplos ou apoios (gráficos, dados estatísticos) serão utilizados para fundamentar a exposição;
    • Que materiais e recursos audiovisuais (cartazes, apostila, lousa, retroprojetor, datashow, microfone, etc.) serão necessários.
  OBS.: Neste planejamento, devem ser levadas em conta as características do público-alvo, como faixa etária, tipo de interesse, expectativas e conhecimentos prévios em relação ao tema abordado, etc. Convém planejar um encaminhamento interessante para a exposição, como por exemplo, intercalar o uso da voz com o uso de recursos audiovisuais.
  • Redigir um roteiro que permita visualizar não apenas o conjunto das informações que serão apresentadas, mas também a sequência em que isso vai ocorrer. Esse roteiro deve conter algumas informações-chaves que orientem o pensamento do apresentador durante a exposição, indicações de recursos audiovisuais, se for o caso, textos de autoridades ou especialistas que serão citados pelo apresentador, etc. Atenção: esse roteiro não deve ser lido integralmente durante o seminário. Antes da exposição, ele serve para organizar as ideias do apresentador; durante a exposição, serve de apoio para que o apresentador se lembre de informações e tópicos básicos, além do andamento da apresentação.
Apresentação de um seminário

          Durante a exposição, podem ocorrer fatos não previstos. Por exemplo, o público pode não compreender bem o conteúdo da exposição; um aparelho audiovisual pode não funcionar; um integrante do grupo pode faltar ou ficar nervoso e esquecer o texto; uma cartolina pode cair da parede, etc. Por isso, é preciso estar atento a vários aspectos simultaneamente e, de acordo com a necessidade, introduzir modificações e improvisar soluções a fim de alcançar o melhor resultado possível.
           Posteriormente, relacionamos alguns dos aspectos que devem ser observados.

  Sequência e andamento da exposição

  •       Abertura: alguém (geralmente o professor) faz uma apresentação inicial breve e dá a palavra ao apresentador. Faz isso com palavras como “Vocês agora vão assistir ao seminário preparado por fulano...”.
  •       Tomada da palavra e cumprimentos: o apresentador deve, primeiramente, colocar-se à frente da plateia, cumprimenta-la e tomar a palavra.
  •       Apresentação do tema: o apresentador diz qual é o tema, fala da importância de abordá-lo nos dias de hoje, esclarece o ponto de vista sob o qual irá abordá-lo e, no caso de se tratar de um tema amplo, delimita-o, isto é, indica qual aspecto dele será enfocado. Por exemplo, se o tema é a poluição do meio ambiente, a delimitação pode consistir em enfocar apenas a poluição dos rios. Esse momento do seminário tem em vista despertar na plateia curiosidade sobre o tema.
  •         Exposição: o apresentador segue o roteiro traçado, expondo cada uma das partes, sem atropelos. Ao término de cada uma, deve perguntar se alguém quer fazer alguma pergunta ou se pode ir adiante. Na passagem de uma parte para a outra, deve dar a entender que não há ruptura, e sim uma ampliação do tema. Para isso, deve-se fazer uso de certos recursos linguísticos como “Outro aspecto que vamos abordar…”, se há esses aspectos negativos, vamos ver agora os aspectos positivos...
  •       Conclusão e encerramento: o apresentador retoma os principais pontos abordados, fazendo uma síntese deles; se quiser, pode mencionar aspectos do tema que merecem ser aprofundados em outro seminário; pode também deixar uma mensagem final, algo que traduza o seu pensamento ou o pensamento do grupo ou de um autor especial. No final agradece a atenção do público e passa a palavra a outra pessoa.
  •         Tempo: o apresentador deve estar atento ao tempo previsto e, de acordo com o andamento do seminário, ser capaz de introduzir ou eliminar exemplos e aspectos secundários, caso haja necessidade, afim de se ajustar ao tempo estipulado.
    Postura do apresentador

  •            O apresentador deve preferencialmente falar em pé, com o roteiro nas mãos, olhando para o fundo da sala.
                             Sua presença deve expressar segurança e confiança.
  •       A fala do apresentador deve ser alta, clara, bem-articulada, com palavras bem pronunciadas e variações de entonação, a fim de que a exposição não fique monótona.
  •       Ao olhar para o roteiro, o apresentador deve fazê-lo de modo rápido e sútil, sem que seja necessário interromper o fluxo da fala ou do pensamento. Além disso, ao olhar o roteiro, não deve abaixar demasiadamente a cabeça, afim de que a voz não se volte para o chão. O roteiro deve ser rapidamente olhando, e não lido (a não ser no caso de leitura de uma citação), pois tal procedimento geralmente torna a exposição enfadonha.
  •       O apresentador nunca deve falar de costas para a plateia, mesmo que esteja escrevendo na lousa ou trocando uma transparência no retroprojetor. Nessas situações, deve ficar de lado e falar com a cabeça virada na direção do público, afim de que sua voz seja ouvida por todos.
  •       O apresentador deve se mostrar simpático ao público e receptivo a participação da plateia.
  Uso da linguagem

                     Nos seminários, predomina a variedade padrão da língua, embora possa haver maior ou menor grau de formalidade, dependendo do grau de intimidade entre os interlocutores. Assim:
  •       O apresentador deve evitar certos hábitos da linguagem oral, como a repetição constante de expressões como tipo, né?, tá? e ahnn..., pois elas prejudicam a fluência da exposição.
  •        O apresentador deve estar atento ao emprego de vocábulos e conceitos específicos da área pesquisada e explicar ao público seu significado sempre que houver necessidade.
  •         Durante a exposição, o apresentador deve fazer uso de expressões de reformulação, isto é, aquelas que permitem explicar de outra forma uma palavra, um conceito, ou uma ideia complexa. As mais comuns são: isto é, quer dizer, como, por exemplo, em outras palavras, vocês sabem o que é isso?. Deve também fazer uso de expressões que confiram continuidade ao texto, como além disso, por outro lado, outro aspecto, apesar disso, etc. 

    Obs.:  Sigam este roteiro e tenha como resultado, sucesso em sua apresentação de seminário!

Interpretação de textos (ENEM)



Em alguns exames vestibulares  e principalmente em provas do Enem, há um tipo de questão que pode envolver mais de uma competência e/ou mais de uma habilidade.

  Veja o que um documento do Enem afirma sobre o papel da leitura nesse exame:

Veja esta questão do Enem:

Vejamos como as operações e ações apontadas pelo Enem são mobilizadas para a resolução dessa questão:
·       Identificando e selecionando informações centrais e periférica:
    Ao ler o texto, o estudante deve depreender as informações centrais do texto, como a relativa á prática adotada pelos índios contra seus inimigos. O nome do explorador (Sr. Matter), ou da tribo (jivaro), ou do continente (América do Sul) onde ele fez sua exploração são informações periféricas.
·       Inferindo informações, temas, assuntos, contextos:
  Não de sabe, pelo texto, quem é o Sr. Matter e as razões de sua viagem de exploração á América do Sul, mas é possível inferir que seja um médico, ou um antropólogo, ou um cientista, que vive em outro lugar. Se o índio jivaro se nega a reduzir a cabeça de um macaco porque este não lhe fizera mal, mas faz isso com um inimigo, então se deduz que um ser humano é que pode fazer mal ao índio jivaro. o que, de certo modo, coloca o Sr. Matter em risco.
·       Justificando a adequação da interpretação:
  A alternativa "b" é a mais coerente com o texto, é a que melhor justifica a relação que se dar entre o assunto do texto, sua finalidade  e o modo de como ele é narrado.

·       Compreendendo os componentes implícitos de construção do texto, como organização, estrutura, intencionalidade, assunto e tema:
  A questão pede ao estudante que reconheça na crônica lida alguma das características próprias do gênero, tais como assuntos e finalidade. Na questão, é informado que a crônica "foi escrita a partir da reportagem de um jornal"; logo a informação foi colhida. Por meio da divulgação do relato do Sr. Matter, o cronista objetiva "promover uma reflexão" acerca da ética e do senso de justiça tanto de índios quanto de pessoas ditas civilizadas.
·       Analisando os elementos constitutivos do texto, de acordo com sua natureza, organização ou tipo, comparando códigos e linguagens entre si; reelaborando, transformando e reescrevendo (resumos, paráfrases e relatos):
   A organização do texto é examinada na coluna pelo item (modo de apresentar). Em oposição ás categorias (descrição objetiva) e (exposição argumentativa), o item (narrativa sugestiva) é a melhor opção, já que a história contada é sugestiva, quer dizer, instiga a relação a respeito do comportamento dos seres humanos entre si e em relação aos animais. 

"Quer se dar bem no Enem, pratique essas técnicas..."

Pré-ENEM: Dissertação


  Se descrever é caracterizar e se narrar é contar, o que é dissertar?

  Assumir um ponto de vista, redigir atendo-se ao tema, argumentar fundamentando os porquês, iluminar o que se afirma com exemplos... A dissertação é uma das atividades fundamentais da nossa prática de linguagem e da nossa condição de seres humanos.
  Com as experiências dissertativas, pensamos e repensamos a vida, questionamos o que nos é apresentado, interrogamos e criticamos a realidade, defendemos os nossos direitos, fazemos proposta de transformação do mundo. Esses são elementos básicos do mundo dissertativo. Agora, veremos a dimensão estrutural da dissertação. Como se organiza o texto? Como se dá a sequência das ideias? Como se inicia o texto? Como se desenvolve o assunto? E a conclusão?
  Existem inumeráveis modos de organizar a sequência do texto dissertativo em muitas maneiras de fazer a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, sendo que:
  •  Na introdução, apresentamos o tema e o ponto de vista;
  • No desenvolvimento, apresentamos a argumentação (os porquês, os exemplos.);
  • Na conclusão, apresentamos uma síntese reafirmadora das ideias (reapresentação, com outras palavras, do ponto de vista e/ou do argumento principal), não esquecendo de propor uma solução para o problema e/ou discussão em questão.
  Perceba a aplicação desses requisitos no texto abaixo.
  No texto veja como a introdução expõe o tema e a posição assumida, e como a conclusão reafirma a tese.


   Interessa observar que as dissertações escolares são geralmente curtas, contendo entre 20 e 35 linhas, e nesse caso é preciso arquitetar o texto com três ou quatro parágrafos: um para a introdução; um ou dois para o desenvolvimento; um para a conclusão.
   No entanto, vale lembrar, existe grande liberdade para estruturar a dissertação.